Hoje, dia 30 de setembro, é Dia Internacional da Tradução e, consequentemente, do Tradutor! Para celebrar e não deixar a data passar em branco por aqui, criei, com a ajuda do Wordle, uma imagem a partir de uma nuvem de palavras que fazem parte do meu dia a dia como tradutora. Viva eu e, se você é tradutor, um viva a você também! Que a tradução como profissão seja valorizada cada vez mais!
Aqui compartilho algumas coisas que considero úteis e tenho feito para viver uma vida em mais harmonia com as pessoas e o planeta. Textos sobre sustentabilidade, meio ambiente, cultura, movimento da Transição, saúde, viagens, reflexões, sugestões de documentários, filmes, livros que tratem desses assuntos e afins.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Filme 5: "Esperando Godot" (2001)
"Let us not waste our time in idle discourse! (Pause. Vehemently.) Let
us do something, while we have the chance! It is not every day that we
are needed. But at this place, at this moment of time, all mankind is
us, whether we like it or not. Let us make the most of it, before it is
too late!"
- Samuel Beckett, Waiting for Godot
A peça é bem divertida e filosófica, além de crítica, ainda que sutilmente. Um dos momentos mais críticos é quando Pozzo fala para seu criado Lucky dançar e depois pensar (para fazer o tempo passar) e, para pensar, ele precisa estar com o chapéu. E Lucky então começa a falar loucamente usando vários jargões filosóficos e acadêmicos como, "for reasons unknown", "as a result", "left unfinished" etc. Fico imaginando o trabalho que deu para o ator decorar essa fala! O vídeo desse trecho do filme está em inglês, mas é interessante ver mesmo assim. Neste blog aqui, colocaram a fala completa de Lucky em inglês.
Ao final desse primeiro ato, depois de Pozzo e Lucky saírem de cena, surge um menino dizendo que Godot não poderá vir e que voltem amanhã. O segundo ato é praticamente igual, mas Pozzo e Lucky aparecem de novo, o primeiro cego, o outro mudo e nenhum deles lembra de ter conhecido Gogo e Didi. Aliás, nem Gogo se lembra do que aconteceu no dia anterior, apenas Didi. E no final o menino (que também não lembra de nada) aparece novamente e diz que Godot não irá aparecer de novo. Didi é o único que fica encucado e tentando entender por um tempo porque só ele lembra das coisas. Ele se pergunta se estará sonhando, se aquilo tudo é irreal etc. A peça acaba e Godot continua um mistério.
Apesar se ser uma peça onde nada acontece duas vezes ("Nothing to be done"), como disse um crítico, é um tanto filosófica. O tempo todo você lê frases que fazem pensar exatamente no vazio e no sentido da vida. Será que todos nós não estamos também esperando pelo tal de Godot, por aquela coisa/pessoa que irá mudar tudo? Não se sabe nada sobre ela, mas sabemos que temos que esperar por ela e que quando ela acontecer as coisas serão diferentes e tudo fará sentido. Será?
Filme 4: "Valsa com Bashir" (2008)
Assistimos ao quarto filme da lista, uma animação e um documentário autobiográfico. O filme conta a história do próprio diretor do filme, o israelense Ari Folman, veterano da Guerra do Líbano de 1982 em busca de suas memórias sobre os massacres de Sabra e Shatila. No início do filme, ele conversa com um amigo que todos os dias tem um pesadelo relacionado à guerra (que eles lutaram juntos), e esse amigo pergunta se ele também tem lembranças de Beirute. Ele diz que nunca teve e, coincidentemente ou não, depois disso ele começa a lembrar de algumas coisas vagamente e começa a ir atrás de pessoas que lutaram com ele para lembrar do que exatamente aconteceu.
A animação realmente é fantástica e é incrível como os animadores e diretores conseguiram fazer da animação algo tão real que às vezes parece mesmo que você está assistindo a um filme com pessoas de verdade. Tanto é que a animação concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2009 e ganhou vários outros. Se quiser ver quais, visite o site oficial do filme.
Não vou ficar aqui falando do contexto histórico porque coloquei os links da Wikipedia ali acima, então se quiser saber mais basta clicar nos links. Mas o filme é pesado. O momento mais chocante é no final, quando o personagem realmente se lembra do massacre de civis palestinos e é impossível a gente não lembrar dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial. Aliás, o pai do diretor esteve nos campos de concentração de Auschwitz. E você se choca ainda mais e se emociona quando eles começam a exibir cenas reais de corpos empilhados de civis. Homens, mulheres, crianças. Realmente é muito triste ver do que a humanidade é capaz às vezes.
Leia também a excelente resenha de Carlos Alberto Mattos sobre o filme clicando aqui.
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