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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Filme 3: "Canção de Baal" (2007?)


Podre. Ainda não pensei em um adjetivo que descreva melhor esse filme que assistimos ontem, o terceiro da lista. O filme começa em uma sala de um galpão com uns malucos falando umas coisas também malucas. Um desses doidos está pelado. Já nessa cena, vi que o filme não parecia um filme, mas sim uma peça de teatro. Os atores falavam e gesticulavam como atores de teatro e me senti, por vezes, assistindo uma peça do Zé Celso, com falas viajantes, vira e mexe um fumando seu cigarrinho de artista e uns nus frontais no filme todo. Pô gente, cinema é cinema, teatro é teatro. (Aliás, as peças do Zé Celso são bem melhores que esse filme.)

Eu e o Leo ficamos nos perguntando se esse seria o pior filme da lista. Tomara, né? Porque se tiver algum filme pior que esse, socorro. O filme só tinha 1 hora e 17 minutos, mas parecia que tinha 3 horas. Troço chato.

Mas daí, assistindo (porque, para variar, fiquei analisando o filme e falando durante ele todo - já que era chato, aproveitei pra ficar discutindo sobre ele com o Leo), fiquei pensando que a impressão que dá é que o filme foi feito para a crítica, para os intelectuais que conhecem a obra Baal do Bertold Brecht, na qual o filme foi inspirado. Porque faltava contexto, faltava informação para você entender a história, o porquê de as mulheres amarem o tal de Baal, porque, na minha opinião, não tinha nada para amar no Baal do filme. O cara era um bêbado, ficava cantando umas músicas podres, se vestia mal, tratava mal as mulheres, fora o fato de não ser um estereótipo de beleza. Até nos perguntamos se o começo do filme poderia estar faltando, uma vez que o tal do Baal aparecia na história já idolatrado por todos. Acho que quando alguém se presta a fazer um filme, tem que pensar que ninguém tem a obrigação de conhecer a obra na qual o filme se baseia. Mas, por outro lado, o filme é de quem fez e ele(a) que faça como bem entender, né, quem sou eu para ficar criticando? Mas o blog é meu e eu falo o que bem entender também... (Se é que alguém tá lendo meus solilóquios...)

Bem, continuando. Hoje, procurando umas coisas sobre o filme no Google para colocar aqui, ainda descobri que ele ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri da crítica do festival de Gramado de 2009 (rá! não falei que tinha sido feito para a crítica?). E achei também no blog Sétima das Artes alguns fatos engraçados que o Ulisses Costa, dono do blog, coletou de quando o filme ganhou o prêmio, para vocês terem uma ideia a mais sobre o dito-cujo, vejam:

Frases ditas pelos personagens do filme Canção de Baal, de Helena Ignez (ex-musa do Cinema Novo), filme mais polêmico do Festival:

- O melhor lugar do mundo é a privada.
- Se você entendeu a história, é porque ela foi mal contada.
- Meu nome é Baal / Meu nome é Baal / Meu canto e poesia / eu faço com meu pau.

No debate sobre sobre Canção de Baal:

Um crítico da Rádio CBN: Eu entendi a história. Quer dizer que ela foi mal contada?
O mesmo crítico da Rádio CBN: Você disse que fez um filme para que as pessoas sentissem. Eu não senti nada, ao não ser sono e tédio.

Na cerimônia de Premiação, sábado:

Helena Ignez (sim, a diretora de Canção de Baal, num momento de total falta de modéstia ao receber um dos prêmios menores, o de melhor filme pelo Júri da Crítica): Não esperava subir no palco tão cedo.
(detalhe: esse foi o único prêmio do filme...)

Deu pra sentir? Enfim, não gostei e não recomendo. Mas, se quiser assistir, já sabe o que esperar...

2 comentários:

  1. Tem o Baal com o David Bowie também, bem conservador, talvez você goste!

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    Respostas
    1. Opa, nem sabia da existência dessa versão, vou procurar. Obrigada pela dica!

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